Sem
dúvida um dos grandes problemas de nossa sociedade é a intolerância
às diversidades que nela habitam. Todos os dias tomamos conhecimento
de casos de violência contra mulheres, religiosos(as), idosos(as),
portadores(as) de necessidades especiais, pobres, negros(as),
homossexuais, dentre tantos outros, mas dificilmente paramos para
pensar a respeito; principalmente no que tange a intolerância às
diversidades sexuais. Aqui convocamos, pois, ao debate sobre a
intolerância a PESSOAS homossexuais, sobre a violência diária
voltada contra gays no Brasil, sobre a Homofobia nossa de cada dia.
A
homofobia pode ser entendida de forma genérica como uma manifestação
preconceituosa caracterizada pela aversão contra sujeitos(as)
homossexuais em geral. Surgido inicialmente nos Estados Unidos, no
início da década de 1970, o termo homofobia foi utilizado para
designar “o medo expresso por heterossexuais de estarem na presença
de homossexuais” (JUNQUEIRA: 2007); (PRADO: 2015); (BORRILLO: 2015)
e carrega em si diversas cargas ideológicas de gênero, hierarquias,
politica, sexualidade, exclusão social, violência física e
simbólica; e se realiza de forma negativa contra as
homossexualidades, estabelecendo de forma arbitrária um (não)lugar
social para sujeitos homossexuais.
A homofobia, no
entanto, é bem mais que uma discriminação dirigida a um indivíduo,
ela volta-se para todo um coletivo idealizado a partir da marcas
caricatas de gênero e de modelo comportamental (heterossexual) que
condena e exclui tudo o que foge a esta caricatura. Sua dimensão,
portanto, não é apenas pessoal, dirigida a sujeitos homossexuais,
mas social, logo, também política; podendo até mesmo existir
independente da condição sexual de suas vítimas. Lembremos das
diversas páginas e perfis em diferentes redes sociais, dirigidas à
divulgação do pensamento homofóbico em nossa sociedade através da
internet, mas também lembremos de casos como o da Exposição
Agropecuária Industrial e Comercial (Eapic) de São João da Boa
Vista, interior de São Paulo, em 2011, onde pai e filho,
heterossexuais, foram duramente agredidos por cerca de 20 homens
homofóbicos que os confundiram com um casal homossexual que ousava
afrontar a moral heteronormativa da referida exposição,
simplesmente porque andavam abraçados entre as pessoas que ali
estavam. Na ocasião, mesmo tentando explicar tratar-se de pai e
filho e não de um casal homossexual, ambos foram agredidos: o pai
teve a orelha mordida e decepada e foi levado ao hospital
inconsciente após vários golpes na cabeça e no queixo e o filho
teve ferimentos leves1.
Como podemos ver,
ao contrário do que muit@s podem pensar, você não precisa ser
homossexual para ser vítima de homofobia, basta apenas não seguir o
imaginário normativo heterossexual, ou seja, o comportamento
pré-moldado que a sociedade espera que você siga se homem ou
mulher. Mas que autoridade tem essa sociedade para ditar o que
devemos ou não fazer, seguir, quem desejar e com quem nos
relacionar? Se todos somos diferentes ( e que bom que somos
diferentes), é natural que não sigamos padrões de comportamento e
ninguém tem nada a ver com isso, mas é necessário o respeito às
individualidades.
Respeito,
alías, é o que está em falta no mercado enquanto a intolerância
está sendo distribuída de forma irresponsável no seio das
famílias, nas escolas, nas igrejas, na política,enfim, nas
instituições formativas de nosso caráter. O que é extremamente
preocupante, já que por lei, pela moral e por nossa humanidade,
deveríamos ser pessoas voltadas à socialização, respeitando tod@s
sem distinção. passemos, pois a pensar sobre igualdade, para que
dados como os apresentados a seguir não façam mais parte de nosso
cotidiano:
2Disponível
em:<<
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/07/pai-abraca-filho-e-e-agredido-por-homofobicos-em-sp.html>>.
Aceso em: 12 de maio de 2016.
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